É um sentimento de protesto, insegurança, timidez ou frustração, contra alguém ou alguma
coisa, que se exterioriza quando o ego se sente ferido ou ameaçado. A
intensidade da raiva, ou a sua ausência, difere entre as pessoas. Joana de
Ângelis aponta o desenvolvimento moral e psicológico do indivíduo como
determinante na maneira como a raiva é exteriorizada.
A raiva também pode ser um sentimento passageiro ou prolongado (rancor) e a
expressão da irritabilidade e agressão humana. Outros nomes como fúria, ira, cólera, ódio, crueldade,
etc. aplicam-se à distintas formas desse sentimento.
A raiva pode ter diversas origens, tais
como:
O desejo de vingança: Quando alguém foi
de alguma forma insultado, ou prejudicado por outra pessoa, e sente o desejo
que ela sinta o mesmo que está sentindo.
A inveja: Uma pessoa pode sentir raiva de outra pelo fato
desta ter algo que aquela gostaria para si, no entanto, como não possui
recursos próprios para adquirir estes objetos de desejos, e pela sua imaturidade moral passa a
sentir raiva de quem os têm.
O ego: Uma pessoa pode
sentir raiva de uma outra pelo fato desta ter afrontado ou ridicularizado o seu
ego. A raiva, neste caso, é uma tentativa de proteção ao impor-se uma postura
agressiva diante da afronta.
O instinto de superioridade: Uma pessoa que no
seu íntimo tem a falsa percepção de superioridade em relação aos demais, quando
se vê em uma situação em que não é compreendida ou aceita como gostaria que o
fosse, utiliza-se da raiva como mecanismo de evasão dos seus instintos
violentos, afligindo a todos que encontram-se ao seu lado.
A família: Pode ocorrer quando os pais não dão a
devida atenção aos filhos, desinteressando-se pelos problemas que venham a
afligir a prole. Inconscientemente o indivíduo começa a ressentir-se, o que ao
longo dos anos pode gerar raiva acumulada, o nascimento de um irmão também é a
causa, chegando a ser mais um ciúme, tendo também raiva.
O trânsito: É bem comum acidentes
automobilísticos devido a "raiva malcontida" de motoristas que
não se conformam em serem ultrapassados por outros carros, e ao invés de
facilitar a ultrapassagem terminam expondo o outro automóvel a perigos que
podem resultar em um acidente.
A raiva é um dos sentimentos mais venenosos para
saúde. Pode ser tornar grave quando vira rancor crônico. Estas duas emoções são
os maiores obstáculos para que o perdão aconteça.
São emoções muito fortes e com um poder
perigoso se canalizado para a destruição.
Elas formam uma couraça que bloqueia a
compreensão e o perdão.
Quando nos perdemos na raiva, ficamos surdos
aos nossos sentimentos mais profundos. conseguimos escutar somente aqueles
fantasmas mentais formados por estas emoções.
Faça uma pausa e pense em alguma ocasião em que
você ficou com raiva. Como se sentia?
O que você sente sob os domínios da raiva? Sente
medo? Sente que você foi ferido ou abandonado? Sob o domínio desse medo, sente frustração,
tristeza, decepção?
A raiva é uma intensa reação emocional temporal
quando alguém se sente ameaçado de alguma forma. Mas ela pode ser alimentada
dentro de nós e atingir os níveis do rancor e do ressentimento.
Ressentimento vem de ressentir, isto é, voltar
a sentir intensamente.
O ressentimento é ilustrado como o ato de se
agarrar a uma brasa acesa com a intenção de passá-la a outro, queimando a mão
ao fazer isso
Quando estamos ressentidos, sentimos com
intensidade a dor do passado uma e outra vez
Reflita se você usa a raiva e o rancor:
1.Você fica com raiva porque isso lhe dá a
sensação de ter mais poder e domínio da situação?
Algumas pessoas acreditam que ficar com raiva e
agarrar-se ao rancor é sinal de poder, personalidade forte,... Mas, na
realidade, a raiva e o rancor costumam encobrir sentimentos de impotência,
desilusão, insegurança, medo.
Se na sua infância você foi maltratado e teve
que negar e reprimir a raiva para sobreviver, parte de sua melhoria inclui o
fato de se permitir exteriorizar estes sentimentos agora. A recuperação de sua
raiva pode capacita-lo a defender-se a si mesmo e à sua criança interior
ferida, que não pôde fazê-lo na ocasião.
2. Você utiliza a raiva como uma energia de
ação?
Esta energia da raiva é importante para
conseguirmos mudanças. Porém esta mesma energia atua de forma diferente quando não direcionada para aspectos evolutivos.
Pode ser uma força positiva se canalizada para
transformações necessárias, mas destrutiva se mal direcionada. Mas até nas situações chocantes, ela será útil depois. Lembre do ditado: "Deus escreve certo por linhas tortas".
3. Você usa a raiva para controlar os outros?
Quando uma pessoa se enfurece, as pessoas
próximas sentem-se culpadas e assustadas e por isso, às vezes, se deixam
manipular. Se utilizarmos a raiva como um meio de manipular os outros, certamente também influenciaremos eles de raiva e ressentimento.
4. Você utiliza a raiva para evitar ouvir? O
medo de expressar nossos próprios sentimentos, utiliza da raiva como defesa
para evitar a comunicação. Nesses casos, se considera a raiva como algo mais
seguro do que a intimidade e a comunicação autênticas.
5. Você utiliza a raiva para se sentir a salvo? Você
acha que a raiva serve de proteção? Quando se projeta a raiva para outras
pessoas, estas costumam se manter afastadas. Como as pessoas não podem se aproximar
muito, não temos motivos para nos sentir vulneráveis. Porém quando somos mais
maduros, podemos encontrar uma forma melhor para nos relacionarmos.
6. Você usa a raiva como uma forma de querer
ter razão? Perdoar não significa que você deva reconhecer que a outra
pessoa tem razão e que você está errado. É possível outra forma de enxergar o
mundo. Pergunte-se: Desejo ter razão ou ser feliz? Ás vezes, não é possível
conseguir ambas as coisas.
7. Você usa a raiva para manter os outros no seu controle? Se
você se aborrece com alguém, talvez deseje castigá-lo. Uma maneira de consegui-lo
é reforçar o sentimento de culpa do outro. O principal problema é que, ao
fazê-lo de modo simultâneo, ainda que inconsciente, reforçamos nosso próprio
sentimento de culpa, o qual inevitavelmente nos torna tristes e diminui nossa
autoestima.
8. Você utiliza a raiva para evitar os
sentimentos que esconde de si mesmo? Muitas vezes, é muito mais cômodo
sentir raiva do que o medo e a tristeza escondidos atrás da raiva. Uma das razões
pela qual fica tão difícil perdoar é que para conseguir, temos de colocar tudo
às claras e aceitar a verdade do que realmente sentimos. Isso pode ser uma
revelação dolorosa se tivermos padronizados a negação dos sentimentos. Mas
lembre, que do outro lado da dor se encontra o alivio do sofrimento.
9. Você utiliza a raiva para segurar uma
relação? Enquanto você se apoia na raiva, mantém a relação com a pessoa
com a qual você se irritou.
Muitas separações ocorrem com a finalidade de
afastar-se de seu parceiro (a). Mas enquanto guardarem o rancor, permanecerão
ligados a essa pessoa. Isso acontece também com os jovens que saem de casa para
fugir da raiva e o ressentimento que sentem contra seus pais, mas se a raiva
não está resolvida, sempre levarão consigo o problema não resolvido.
10. A raiva lhe mantém no papel de vítima? Quando
você passa grande parte de sua vida sentindo-se vítima, pode ser que tenha uma
enorme resistência para perdoar, porque ao fazê-lo você renuncia a uma boa
parte de sua identidade. Perdoar não significa negar que você tenha sido uma
vítima; quer dizer que o fato de ter recebido uma agressão não deve dominar a
sua vida emocional atual.
11. Você continua alimentando o seu rancor para
não se responsabilizar pelo que acontece ou sente atualmente em sua vida?
Esse
comportamento é o que mais estimula a manter o rancor - porque enquanto o
fazemos, podemos culpar a outro por nossa infelicidade. Isto não quer dizer que
os demais não contribuem para a nossa felicidade ou infelicidade, mas sim que
em última instância, somos responsáveis pelo que sentimos.
Saiba que enquanto considerar o seu problema
exclusivamente externo a você, achando que não tem nada a ver com o que sente,
continuará impotente para a solução.
A raiva crônica impede compreender que,
independentemente de nossa relação atual com quem a provocou, somos
responsáveis por nos prendermos a ela e nos libertar.
Dicas para acalmar a raiva:
1- Tome
um copo d'água fresca com
algum ingrediente para adoça-la (açucar, ou suco). Quando estiver bebendo
faça-o bem lentamente saboreando cada gole e imaginando a calma te envolvendo a
cada gole.
Se possível tome um banho deixando a água cair sobre a
cabeça e por alguns minutos buscar a calma mental/emocional.
Uma caminhada por alguns minutos também tira você daquela
frequência.
2- Procure
dialogar com a pessoa
envolvida (se houver) ou fale consigo mesmo, tentando sempre a exposição do seu
ponto de vista e respeitando o do outro.
3- Veja
sempre todos os ângulos da situação. Quando está carreado de raiva, a
tendência é não conseguir enxergar mais nada a não ser aquilo que está te
afetando. Porém quando acalmamos o emocional passamos a ver as coisas com mais
flexibilidade.
4- Não
se ache sempre certo. Na maioria das vezes existem falhas em todos os
envolvidos na situação causadora da raiva, mas a tendência é que cada um só
veja o seu lado. e até nas situações em que você esteja com a razão, ainda vale
a pena tentar o caminho do acordo e do diálogo. Você não vai perder nada,
embora o dar o braço a torcer trás a sensação de estar perdendo algo (orgulho,
controle do ego, vaidade,...).
5- Não
cobre perfeição dos outros. Saiba que tanto você como as pessoas têm
defeitos e cada um é um universo diferente, embora com algumas semelhanças.
Temos a tendência a achar que as pessoas devem pensar
como nós pensamos, agir como agimos. Mas se cobrarmos menos (até de nós
mesmos), seremos mais felizes.
6- Perdoe mais. Isso não quer dizer que
algo que nos afetou pode ser esquecido facilmente. Na memória está o fato, mas
se dermos um peso grande para isso, certamente carregaremos aquela energia de
ressentimento que nos corrói gradativamente.
7- Elimine
o rancor. O rancor aos poucos vai nos detonando por dentro e afastando a
felicidade. Todas as pessoas rancorosas brigam com a vida e tudo que representa
a paz, a harmonia, o sucesso,... Um coração rancoroso cria uma atmosfera
ao seu redor de negatividade, contagiando as pessoas e espelhando nelas o
conflito (muitas vezes inconsciente).
Obrigado... Aprendi muito!
ResponderExcluiramei
ResponderExcluirMuito bom valeu
ResponderExcluirECLARECEDOR...
ResponderExcluirECLARECEDOR...
ResponderExcluirC u y a !
ResponderExcluirConfortante.
ResponderExcluir